Em 19/07/1987, em Porto Alegre, recebi o seguinte poema de minha avó materna. Esse poema tem muito significado pra mim, pois apesar de nos encontrarmos desde sempre e eu ter uma grande adoração por ela, foi só nessa fase da vida dela que eu convivi realmente com ela. Conversando e ouvindo suas histórias. Lendo seus poemas e admirando suas pinturas e costuras. Nesta idade também que ela queria me empurrar pra tudo que é vizinho dela solteiro pra eu casar (Vó, eu só estou começando a faculdade, não quero casar! Ao que ela respondia, estudar não é tudo!).
Florzinha do campo
Minha florzinha do campo
Com teus olhinhos brilhantes
Esvoaçando ao vento
Tua mente borbulhante.
Colhendo ensinamentos
Em tua cabecinha guardante
E o teu coração palpitante
Cheio de amor e encantamentos.
No vai e vem todo dia
O tempo passa, o vento assobia
O pensamento no futuro
dá alento e alegria.
Florzinha do campo
Tão bela e formosa
Cheia de graça e perfume
Com um aroma de rosas.
És bela encantando todos
Com teu sorriso brejeiro
Com teu passo apressado
Do chão levantas poeira.
Depressa florzinha linda
Teus deveres chamam ligeiro
Vai confiante e segura
Que a glória vem de primeira.
Com teu diploma na mão
Aos teus mostras com carinho
Familiares, amigos e padrinhos.
Do fundo do coração eu digo
Com todo o amor e carinho
Te admiro tanto e penso
Se todos seguissem teu caminho.
Fim de um pensamento bastante justo, com muito amor da tua avó
Alcina 77 anos
Desculpa vó pelo pouco tempo que convivemos, se eu soubesse com 20 anos o que sei hoje, não teria desgrudado um minuto do teu lado, minha querida! Obrigada pelos teus ensinamentos, tuas receitas, pelo amor com meus filhos, pelas histórias, repetidas à exaustão(te lembra da história da velha e do porongo?).Saudades eternas da tua figura amorosa e acolhedora. Te amo muito!
Alcina Alves Fogaça e seu bisneto Marco Kerchner da Silva com 01 mês de idade. |
Ela tinha um dom com as palavras. Que delicadeza este poema!! Boa lembrança...
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