quinta-feira, 3 de abril de 2014

Vó Alcina, a bisa.

                         Conversando com minha querida prima Érica Thormann sobre o post da Vó Alcina Alves Fogaça poeta, ela lembrou que a vó gravou pra ela, em fita K7,  a música  que trocava no caminhão de gás que passava nas ruas de Rio Grande. O Marco Kerchner da Silva também recebeu uma fita dessas.
                         Aí vai o link da música pra lembrar:

Lacre azul do Cachorrinho


                         O Marco e a Adriana adoravam uma história sobre a Velha e o Porongo. Ela mal acabava a história eles pediam: de novo!!!


                         Rola, rola poronguinho!

                 Era uma vez uma velhinha quer queria ir no casamento do filho que morava do outro lado da floresta. A floresta era perigosa e cheia de animais selvagens.

                Saiu de casa e foi caminhando até encontrar um boi que pastava e lhe disse:

                -Aonde tu vai velha?
                - Vou no casamento do meu filho, deixa eu passar que na volta te trago uns doces.

                O boi saiu da frente e ela continuou a caminhada.

                Logo adiante, encontrou uma onça faminta que lhe fez a mesma pergunta:
                     
                 - Aonde tu vai, velha?
                 - Vou no casamento do meu filho, não me come que na volta te trago uns doces.

                 A onça pensou e deixou ela passar.

                 Antes de alcançar a casa do filho, ela encontrou um cavalo que perguntou:

                 - Aonde tu vai velha?
                 - Vou no casamento do meu filho, na volta te trago uns doces.

                 O cavalo deixou ela passar e logo ela chegou ao fim da floresta.

                  A velhinha chegou a tempo do casamento, dançou, se divertiu e comeu muitos doces.

                  Quando estava para voltar para casa, se lembrou das promessas feitas aos animais, mas não haviam sobrados doces da festa.

                  Pediu ao filho que que encontrasse um porongo do tamanho dela para que ela pudesse se esconder dentro e assim fugir da perseguição dos animais.

                  O filho assim o fez: conseguiu o porongo e fez um buraquinho pra ela enxergar quando tivesse chegado em casa. 
Ela se escondeu dentro do porongo, seu filho levou o porongo em cima de um monte e rolou o porongo em direção à floresta.

                  Quando o porongo rolante encontrou a pata do cavalo, este perguntou: 

                  - Porongo, tu viu uma velha por aí?
                  De dentro do porongo veio uma vozinha fraquinha que disse:
                  - Rola, rola, poronguinho! Não vi velha, não vi nada. Rola, rola, poronguinho. Não vi velha, não vi nada.

                  O cavalo com um coice rolou o porongo floresta adentro, até alcançar a onça que fez a mesma pergunta:

                  - Porongo, tu viu uma velha por aí?

                  - Rola, rola poronguinho. Não vi velha, não vi nada! Rola, rola, poronguinho. Não vi velha, não vi nada!

                  A onça deu uma patada no porongo que rolou até perto da casa da velha, porém ali esperava o boi que perguntou pro porongo:

                  - Porongo, tu viu uma velha por aí?

                  Mas quando o boi foi parar o porongo rolante com uma pata, o porongo rachou e de lá de dentro saltou a velhinha apavorada que não parou de correr até chegar em casa.


                 

                 



2 comentários:

  1. Esta é um clássico. Bom lembrar da força, coragem, sabedoria e muito amor da nossa avó.

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  2. Maravilhoso o causo. Minha avó me contava, e contava, e contava..e eu não cansava de pedir que ela repetisse essa história antes de dormir.
    Vou compartilhar (com crédito ao seu blog)

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